Estava pensando num tema que me inspirasse no último post do ano. Este blog é um dos símbolos do que significou 2010... me reinventei, me adaptei, extravasei, impedi o que permitia, e permiti o que impedia.
Chegou a inspiração! Mais uma vez recebi um e-mail de uma amiga com sábias palavras de Mário Quintana. Considero-o um poeta na medida: doce, irônico, sarcástico, romântico, objetivo, sutil... uma salada de sabedoria.
Ele compara o amor com um laço de fita amarrado. Parece óbvio, mas a riqueza das palavras dele tocaram meu coração, especialmente por ter profunda compreensão da essência da analogia do poeta.
" Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço... uma fita dando voltas.
Enrosca-se, mas não se embola, vira, revira, circula e pronto: está dado o laço. É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço. É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde o faço.
E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando...
devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço. Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido.
E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço.
Ah! Então, é assim o amor, a amizade.
Tudo que é sentimento. Como u
m pedaço de fita.
Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora,
deixando livre as duas bandas do laço. Por isso é que se diz: laço
afetivo, laço de amizade.
E quando alguém briga, então se diz: romperam-se os laços.
E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço.
Então o amor e a amizade são isso...
Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam.
Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço!"
Então é isto... hoje, nos meus 36 anos (sshh, mas não espalha!) Entendo que estou chegando na medida de manter um laço preso o suficiente sem que vire nó, solto mas que não se solte na mínima puxada, num sopro tolo. Estamos no aprendizado constante, por isto que estamos aqui!
Desejo um 2011 bom para cacete!
Aos meus amigos, família, amores...
Que os laços estejam sempre devidamente amarrados. Que nunca vire nó, que nunca se torne uma tira de fita solta... Mas desejo ainda que se na imperfeição do ser humano acontecer um nó cego, ou soltar uma banda do laço... faça como uma criança aprendendo a dar o primeiro laço no sapato... TENTE, reconheça que soltou ou apertou, peça perdão e recomece. É o único jeito de fazer o laço perfeito. Não desista, mantenha a serenidade, a paciência.
Arrebenta, 2011! Que venha cheio de emoções, frio na barriga, pernas bamboleantes, corações palpitantes... laços perfeitos!