quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Em busca do laço perfeito em 2011.


Estava pensando num tema que me inspirasse no último post do ano. Este blog é um dos símbolos do que significou 2010... me reinventei, me adaptei, extravasei, impedi o que permitia, e permiti o que impedia.
Chegou a inspiração! Mais uma vez recebi um e-mail de uma amiga com sábias palavras de Mário Quintana. Considero-o um poeta na medida: doce, irônico, sarcástico, romântico, objetivo, sutil... uma salada de sabedoria.
Ele compara o amor com um laço de fita amarrado. Parece óbvio, mas a riqueza das palavras dele tocaram meu coração, especialmente por ter profunda compreensão da essência da analogia do poeta.

" Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço... uma fita dando voltas.
Enrosca-se, mas não se embola, vira, revira, circula e pronto: está dado o laço. É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço. É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde o faço.
E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando...
devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço. Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido.
E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço.
Ah! Então, é assim o amor, a amizade.
Tudo que é sentimento. Como u
m pedaço de fita.
Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora,
deixando livre as duas bandas do laço. Por isso é que se diz: laço
afetivo, laço de amizade.
E quando alguém briga, então se diz: romperam-se os laços.
E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço.
Então o amor e a amizade são isso...
Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam.
Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço!"
Então é isto... hoje, nos meus 36 anos (sshh, mas não espalha!) Entendo que estou chegando na medida de manter um laço preso o suficiente sem que vire nó, solto mas que não se solte na mínima puxada, num sopro tolo. Estamos no aprendizado constante, por isto que estamos aqui!
Desejo um 2011 bom para cacete!
Aos meus amigos, família, amores...
Que os laços estejam sempre devidamente amarrados. Que nunca vire nó, que nunca se torne uma tira de fita solta... Mas desejo ainda que se na imperfeição do ser humano acontecer um nó cego, ou soltar uma banda do laço... faça como uma criança aprendendo a dar o primeiro laço no sapato... TENTE, reconheça que soltou ou apertou, peça perdão e recomece. É o único jeito de fazer o laço perfeito. Não desista, mantenha a serenidade, a paciência.
Arrebenta, 2011! Que venha cheio de emoções, frio na barriga, pernas bamboleantes, corações palpitantes... laços perfeitos!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Minha Fotografia



Um dos textos mais fiéis às minhas transformações. Nem eu conseguiria fazer uma descrição tão fiél. Chegando no caminho do meio... deixando de queimar como lagarta, chegando a borboleta. Acho que muitos também se identificam...


MISS IMPERFEITA

'Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, marido (se tiver), telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação! E, entre uma coisa e outra, leio livros. Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic. Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres. Primeiro: a dizer NÃO. Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás. Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero. Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.. Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho. Você não é Nossa Senhora. Você é, humildemente, uma mulher. E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo. Tempo para fazer nada. Tempo para fazer tudo. Tempo para dançar sozinha na sala. Tempo para bisbilhotar uma loja de discos. Tempo para sumir dois dias com seu amor. Três dias.. Cinco dias! Tempo para uma massagem. Tempo para ver a novela. Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza. Tempo para fazer um trabalho voluntário. Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto. Tempo para conhecer outras pessoas. Voltar a estudar. Para engravidar. Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado. Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir. Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal. Existir, a que será que se destina? Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.. A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem. Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si. Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo! Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente. Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela. Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C. Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores. E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante'
Martha Medeiros -


... Agora com licença, vou dar uma sumidinha e volto logo!! ;-)

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Fragmentos...

Sexta-feira foi a formatura da minha filha... antes de ser mãe achava esse negócio de formatura na pré escola um pouco de exagero. Depois meus conceitos mudaram e há 2 dias tive a certeza de ter vivido um grande momento. Me enchi de orgulho de ver aquele ser pequeno gerado dentro de mim, que passou 8 dias lutando para respirar numa UTI neonatal... Hoje ela estava lá, completamente entregue àquele momento, com total compreensão do que estava acontecendo com ela, transbordando felicidade, a família toda emocionada. Passa um filme na minha cabeça: há pouco mais de 6 anos era tão pequena, tão dependente... ela estava recebendo a primeira de muitas outras condecorações. Lá estava ela no palco, recebendo seu primeiro diploma... e eu como boa mãe coruja, sentada, admirando um pedacinho do meu DNA desenvolvendo e trilhando seu caminho. Pude ter uma pequena amostra do que meus pais sentiam nas minhas conquistas. É muito mais emocionante do que quando eu me formei. Minha filha consegue tirar o melhor de mim... acho que maternidade é isso, afinal... o AMOR é isto... Vibrar com a felicidade de quem amamos como se fosse a própria conquista, desejar que ela me supere em todos os campos da vida.
Foi um dia especial... também aproveitei para verbalizar toda minha admiração a uma nova amiga que ganhei para a vida toda. Engasguei e quase não consegui terminar o discurso cuidadosamente escrito a ela. Passou um filme na minha cabeça, como a vida nos surpreende diariamente... bem na minha frente fragmentos de um filme que não sei bem de que maneira vai terminar (ou começar). Passado, presente e futuro misturados e eu ali lembrando do quanto pequenas armadilhas podem traçar o teu destino e a mim só resta tirar as armaduras e ir para a guerra confiando em Deus.
"Minha filha amada, teu nome significa sabedoria... que sempre tenha sabedoria racional e emocional para vencer e ser feliz... sempre e para sempre". - Trecho da dedicatória escrita no álbum do bebê, quando estava grávida de 7 meses.