Cenário: Estacionamento de um supermercado qualquer
Personagens: Duas amigas rindo da desgraça alheia, falando amenidades...
Ela: Amiga, vou indo, preciso dar uma passadinha na farmácia. Tô precisando de fita micropore bem fininha e não encontrei por aqui.
Eu: ah, colega. Se é emergência eu tenho aqui na minha bolsa. Sabe como é, sou teimosa com salto alto e às vezes massacra meus pés.
Ela: nãaaa, pode deixar aí. Preciso levar para casa, necessito dele para um reparo elétrico.
Eu: what? então nesse caso não seria uma fita isolante?
Ela: Não amiga. Equipamento muito delicado, pequeno.
Eu: Bom, mas então leva numa eletrônica. Micropore pode dar problema, hein.
Ela: Nãaaao, tenho certeza que dou um jeito sozinha, não é beeem elétrico tipo de tomada... é à pilha.
(ham ham.. comecei a desconfiar do teor da ansiedade dela e aí não resisti em cutuca-la mais um pouco. Perco o amigo mas não perco a piada.)
Eu: eletrônico pequeno à pilha que não pode ser levado numa eletrônica? Colegaaa, qual é, hein? Vai colocar micropore onde? Desembucha aí.
Ela: Táaaa, preciso consertar o meu rabbit vibrator importado último modelo. Paguei uma fortuna e agora está com mau contato, pô! Como é que vou levar num técnico em eletrônica? Vou dizer o que? "Senhor, por favor conserte este equipamento, não é o que o senhor está pensando, é um massageador de exclusivo uso fisioterapeutico para minha vózinha que sofre muito com bico de papagaio".
(pausa dramática, pois as lágrimas já corriam pelo canto do meu olho segurando uma gargalhada que com certeza duraria alguns minutos a ponto de me contorcer. Respiro fundo e olho fixamente dentro da minha bolsa evitando encara-la para controlar o riso. Imaginei o modelo com o momento de constatação do "mau contato" e fica quase impossível controlar a gargalhada, mas mantenho-me no prumo por algum tempo. Essa imagem aí é meramente ilustrativa, viu!)
Eu: Posso imaginar a dimensão do teu problema (juro que eu realmente estava me colocando no lugar dela e compreendendo a amplitude do drama embora ainda com a imensa vontade de gargalhar). Pega aqui minha fita micropore fininha, faço questão em contribuir com o reparo do teu brinquedo.
Nesse momento observo nela um semblante de alívio e felicidade.
Ela: Sério? Bah, depois quando encontrar uma fininha eu te reponho!!!
Eu: Fica fria, nem esquenta... afinal, amigo é para estas coisas, né?! (pensei... ai que estranho o contexto da frase!) Bem, espero que consiga conserta-lo e... divirta-se! (baaaah, mais estranho ainda!!!)
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Moral da História: estranho como amigo pode surgir e salvar situações bem inusitadas.
Nunca faça um investimento altíssimo neste tipo de brinquedo, pois pense que quando estragar, ou não haverá técnico especializado para o reparo ou você não terá cara de pau suficiente para solicitar conserto!
APOSTO QUE NINGUÉM NUNCA PENSOU NESTE ASSUNTO. IMAGINE VOCÊ COMO RESOLVERIA ESTA CRISE SEM MANCHAR SUA REPUTAÇÃO.
p.s: a autora da cena peculiar me autorizou a publicação salvando seu anonimato sob pena de morte. Foi tão pitoresco que merecia ser compartilhado e ela concordou!
p.s: a autora da cena peculiar me autorizou a publicação salvando seu anonimato sob pena de morte. Foi tão pitoresco que merecia ser compartilhado e ela concordou!