sábado, 28 de maio de 2011

Pane no Coelhinho.

Caso sinistro, mais uma comédia da vida privada!
Cenário: Estacionamento de um supermercado qualquer
Personagens: Duas amigas rindo da desgraça alheia, falando amenidades...

Ela: Amiga, vou indo, preciso dar uma passadinha na farmácia. Tô precisando de fita micropore bem fininha e não encontrei por aqui.
Eu: ah, colega. Se é emergência eu tenho aqui na minha bolsa. Sabe como é, sou teimosa com salto alto e às vezes massacra meus pés.
Ela: nãaaa, pode deixar aí. Preciso levar para casa, necessito dele para um reparo elétrico.
Eu: what? então nesse caso não seria uma fita isolante?
Ela: Não amiga. Equipamento muito delicado, pequeno.
Eu: Bom, mas então leva numa eletrônica. Micropore pode dar problema, hein.
Ela: Nãaaao, tenho certeza que dou um jeito sozinha, não é beeem elétrico tipo de tomada... é à pilha.

(ham ham.. comecei a desconfiar do teor da ansiedade dela e aí não resisti em cutuca-la mais um pouco. Perco o amigo mas não perco a piada.)

Eu: eletrônico pequeno à pilha que não pode ser levado numa eletrônica? Colegaaa, qual é, hein? Vai colocar micropore onde? Desembucha aí.
Ela: Táaaa, preciso consertar o meu rabbit vibrator importado último modelo. Paguei uma fortuna e agora está com mau contato, pô! Como é que vou levar num técnico em eletrônica? Vou dizer o que? "Senhor, por favor conserte este equipamento, não é o que o senhor está pensando, é um massageador de exclusivo uso fisioterapeutico para minha vózinha que sofre muito com bico de papagaio".

(pausa dramática, pois as lágrimas já corriam pelo canto do meu olho segurando uma gargalhada que com certeza duraria alguns minutos a ponto de me contorcer. Respiro fundo e olho fixamente dentro da minha bolsa evitando encara-la para controlar o riso. Imaginei o modelo com o momento de constatação do "mau contato" e fica quase impossível controlar a gargalhada, mas mantenho-me no prumo por algum tempo. Essa imagem aí é meramente ilustrativa, viu!)

Eu: Posso imaginar a dimensão do teu problema (juro que eu realmente estava me colocando no lugar dela e compreendendo a amplitude do drama embora ainda com a imensa vontade de gargalhar). Pega aqui minha fita micropore fininha, faço questão em contribuir com o reparo do teu brinquedo.

Nesse momento observo nela um semblante de alívio e felicidade.

Ela: Sério? Bah, depois quando encontrar uma fininha eu te reponho!!!
Eu: Fica fria, nem esquenta... afinal, amigo é para estas coisas, né?! (pensei... ai que estranho o contexto da frase!) Bem, espero que consiga conserta-lo e... divirta-se! (baaaah, mais estranho ainda!!!)

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Moral da História: estranho como amigo pode surgir e salvar situações bem inusitadas.
                            Nunca faça um investimento altíssimo neste tipo de brinquedo, pois pense que quando estragar, ou não haverá técnico especializado para o reparo ou você não terá cara de pau suficiente para solicitar conserto!

APOSTO QUE NINGUÉM NUNCA PENSOU NESTE ASSUNTO. IMAGINE VOCÊ COMO RESOLVERIA ESTA CRISE  SEM MANCHAR SUA REPUTAÇÃO.

p.s: a autora da cena peculiar me autorizou a publicação salvando seu anonimato sob pena de morte. Foi tão pitoresco que merecia ser compartilhado e ela concordou!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

How to save a life - 2


A música "How to Save a Life" postada anteriormente com o texto homônimo parecia ser uma uma intuição do que estava por vir, relendo as últimas postagens parei na letra e a percebi entrando como uma luva no presente. Por que quanto mais tentamos acertar, é que notamos o quão errados estamos:  fazer muita força para que algo dê certo, definitivamente é o primeiro sinal que está remando contra a maré. Quanto mais rodopiamos procurando resposta por onde erramos (Where did I go wrong), menos respostas aparecem e ficamos num vácuo até descobrir talvez você não consiga salvar uma vida (Had I Know How to Save a Life?) ... ou talvez não queira ser salvo por mim...  O fato é que eu, nem ninguém, está no controle.
Queridos leitores, não sei se vai adiantar dizer alguma coisa,  partindo do princípio que pouco ouvimos o que nossos pais nos orientam por que temos convicções a serem vividas e esgotadas. Mesmo assim, a minha dica é que:
Se a caminhada está cheia de atritos e penosa, observe se quem está soprando o vento contra não é "O CARA LÁ DE CIMA". Repara bem, pode ser que Ele esteja soprando o vento na outra direção com o propósito de te indicar o caminho mais suave e menos penoso. Você não precisa correr com vento contra, a não ser que realmente queira, mas assuma o risco de "morrer na praia", perder fôlego no decorrer do trajeto. Descobrir o aprendizado na DOR é uma opção NOSSA, Deus nunca preconiza isto aos seus filhos, mas infelizmente tem sido o único jeito de enxergarmos a verdade nua e crua.
Depois de tudo, nem perca tempo tentando entender o porquê. Foi por que tinha que ser, fim de estrada e aprendizado  para uns, repetência para outros... pegue seu diploma e Salve sua Própria Vida.



quarta-feira, 18 de maio de 2011

Novos caminhos

Pelos últimos posts, muitos puderam perceber que grandes movimentos estavam acontecendo. Textos profundos e complexos surgiram e felizmente percebi que muitos compartilhavam de experiências e sentimentos semelhantes. Hoje segue um dia dos mais doloridos e dos mais importantes na minha metamorfose e tenho certeza que mais uma vez muitos podem se identificar com o que vem nas próximas linhas.
Passei por uma das puxadas de tapete mais violentas dos últimos 36 anos de vida. Sempre fui e acho que ainda sou a canceriana legítima: mãezona de todos, mega romântica (já fiz jantar a luz de velas ao som de Fábio Jr., e por aí vai), super defensora da família, nunca desisto de nada, etc etc etc...  Como tal, sou fã e confiante na bondade do ser humano, imagine então das pessoa que amo. Vista como ingênua, burra e outros rótulos, nunca consegui corrigir este hábito. Fui para terapia para, entre outras coisas, aprender a colocar meus pés no chão e voar um pouco menos. Graças a Deus, funcionou... mantive meus pés no chão, mas infelizmente não perdi a fé no ser humano. Foi aí que "dei com os burros n´água".
Tive o maior do tombos. Destes de ficar com joelho, cotovelo e dedos ralados. Tô demolida, revendo um filme que não queria mais reprise. Terei que esperar as feridas cicatrizarem em cima de outras que já haviam fechado. Aí poderei seguir um novo caminho.
O que vejo, é que uma Vanessa ficou para trás e esta não voltará mais. A cada dia que passa a reconheço menos, passei 20 dos meus 36 anos (e isso significa mais da metade da minha vida) acreditando muitíssimo em uma grande mentira. Vivo o paradigma da satisfação de esgotar as minhas possibilidades num misto de um certo orgulho e tranqüilidade de ter feito sempre o caminho mais correto e honesto com uma profunda vergonha de mim mesma por ter sido tão tola e me deixado enganar. SIM, por que ninguém é totalmente vítima, somos responsáveis pelas nossas escolhas e assumo que fiz uma escolha para lá de errada, tive profunda fé em quem não tem fé em si mesmo. O calcanhar de Aquiles foi justamente este, tive mais fé em outro do que em mim mesma. Big Mistake.
Então, My Dear... estou juntando cacos, ainda nem sei como vai ser, só sei que vai ser... como disse, foram 20 anos pensando e sentindo de um jeito e de repente me vendo desejando muito escrever um novo script. E como boa canceriana persistente e audaz, hei de conseguir.
Vou me amar mais, tô precisando ser um pouco mais ruinzinha como mecanismo de proteção contra 'cachorro fraco', sabe? É uma boa estratégia, a veterinária aqui explica:
Sabe quando tem aqueles micro toys, chihuahuas ou pinschers xexelentos querendo pegar o teu calcanhar? esses são os piores, a mordida é dolorida e humilhante e ainda por cima só mordem pelas costas. Eles fingem e acham que são um rottweiller mas na real... não passam de micro cães 'peso pena' que nada podem. Então, se você se encolhe num canto, eles vem com tudo e tomam conta... avançam pra valer. A técnica é você parecer ruinzinha: bate o pé, enfrenta e dá uma rosnada de volta, fala um pouco mais firme e os xexelentos já se pelam de medo e se colocam no devido lugar.  Com 'bicho gente' também é assim: se você se encolhe o fraco toma conta, mas se fala um pouco mais firme ele já se "péla de medo e vaza da área".  Morro de pena desta espécie, pois o destino deles - na sua falta de humildade e espelho - é serem engolidos por um fortão ou serem engandos por um filé, afinal eles " se acham os valentões" - pobres cães egocêntricos... Senhor, tende piedade. Não se assustem se me verem rosnando por aí, não é nada pessoal... só estou expulsando os micro toys e afins da minha vida, pois já morderam demais meus calcanhares! Ficam com sua carinha de carente pedindo carinho e de uma hora para outra... nhac!


"O fraco jamais perdoa: o perdão é uma das características do forte."
Mahatma Gandhi