sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Livre, Leve e Solta.

     E lá se foi 2012. Ano que começou tenso e com dilemas. Na brincadeira ou na seriedade que estaríamos ou não no fim do mundo, de acordo com um "mané" que simplesmente cansou a mão de fazer o calendário dia a dia para dali uns mil e tantos anos.
     Mas os encantos da possibilidade de um fim de mundo pairaram na vibe do ano. Uma vontade louca de não deixar nada para amanhã, uma urgência de resolver pendengas para curtir a vida e ser feliz.
     Não foi proposital, mas notei isso nas minhas resoluções e na vida de muitas pessoas próximas. Cada um tomando uma medida providencial que disparou uma série de acontecimentos muito modificadores rumo a libertação. Mas não é liberdade física já que essa já conquistamos há muito tempo, é muito mais fundo... é liberdade emocional e mais fundo ainda... liberdade de si próprio! Muitos me disseram que muita coisa aconteceu depois que cortei minhas longas madeixas. E foi verdade, mas o que não sabiam é que o corte de cabelo não gerou a mudança... e nem teria como! Mas foi o primeiro passo de muitos outros que seguiram, mudança interna que é tão profunda que reflete no externo! 
    Toda boa e definitiva mudança que se preze gera transtornos pelo desconforto da saída dos limites da zona de conforto. Falo por mim e com a certeza de que muitas pessoas próximas perceberam a mesmíssima transformação por motivos diferentes, porém todos convergindo numa grande metamorfose.
    Corte de amarras gera uma libertação que não tem preço. Inicialmente causa estranheza como cachorro quando solta a coleira e nem percebe que está livre, e quando percebe não sabe para onde ir. Demorei para perceber que a guia estava solta, depois demorei mais um tanto para escolher para onde ir. Hoje sinto-me livre de conceitos rígidos, além de limites concretos e com a confiança que a liberdade é tão preciosa que traz presentes nunca antes imagináveis. Dobrar a esquina sem saber o que virá é uma dádiva que a liberdade nos oferece, contemplar e agradecer o que o "dobrar a esquina" te traz chama-se leveza para conduzir os acontecimentos da vida.
     Livres e leves para dar boas vindas a novos tempos, solta após longo processo de metamorfose... Na metamorfose só se sabe que ocorrerá a transformação, há uma mágica entrega para o que tem que vir, custe o que custar,  receber e usufruir o novo molde de bom grado.
     Hoje tenho absoluta certeza que nada aconteceu como planejei. ABSOLUTAMENTE NADA! Mas quer saber? Mesmo assim tem sido uma surpresa, as vezes mais ou menos agradável, mas com abóboras se ajeitando com o andar da carroça. Muitas coisas espetaculares aconteceram e sei que a maioria veio após parar de esperar ou escolher o que ver no "dobrar de esquina".
É isso aí! Vindo o armagedon ou não,  como dizia o super viajandão Raul Seixas... o melhor é "ser uma metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo"

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Derrapagens

     Não consigo me cansar dessas interações nas redes sociais. Podem reclamar e criticar mas eu acho o máximo manter contato com pessoas que possivelmente eu jamais conseguiria manter até o dia em que não reconheceria ao cruzar na rua. Eu que fui muito quietinha pela maioria dos anos desta vida  quando estava em grupos com mais de 6 pessoas, hoje percebo nesta ferramenta uma excelente janela de interação e socialização.
     Outro dia vi uma postagem de uma colega de faculdade que bateu em cheio com a mesma experiência que eu estava passando. Ela descreveu em uma precisa palavra o que nós (mulheres) eventualmente vivenciamos: "DERRAPEI".  Eu adoro metáforas, acho um modo incrível de visualisar sentimentos e derrapagem é exatamente o que nós mulheres solteiras (disponíveis, na prateleira, available, na batalha, na pista, em busca de..., etc) eventualmente passamos até chegar na meta atingida.
    E o que seria uma derrapagem,  afinal de contas? Em relação aos automotivos significa a instabilidade na pista trafegada podendo ou não gerar um acidente. Depende do estados dos pneus e da destreza do motorista. Quem nunca derrapou feio nos caminhos do coração, com ou sem capotagens? hein, hein, hein???
    Apesar de estar "na pista" há algum tempo (odeio esse termo mas casou com o assunto), faz muito pouco que comecei a tirar proveito da condição! Pela minha índole e criação (si... las culpas de las madres!) fiquei acuada com medo de exposição e mágoas. Ultimamente tenho permitido algumas derrapadas mas com muito medo de capotar novamente, por isso dirijo com cautela ou pelo menos tento.
     Pois é, mulherada... cada bofe constitui uma ou mais pistas: pista escorregadia (tem de montão), pista instável (vixi, nem se fala!), pista estável mas tediosa e previsível (ninguém merece!), pista desconhecida (M E D O), pista esburacada (de tráfego intenso, entende?), pista estreita (sem comentários...), pista grande (também não vou comentar!), pista em aclive constante (gasta muita gasolina), pista em declive constante (sempre com o freio acionado), e por aí vai... Não existe pista boa ou ruim, existe o momento e o acontecimento. Se casar de estarmos sempre com o pneu certo para encarar a pista certa, maravilha! Mas as vezes a gente se destrai e pode derrapar, por desconhecimento ou por excesso de confiança.
Assim como no trânsito, nos assuntos "cardíacos" há de se ter diariamente a mesma cautela, pois o excesso de confiança certamente leva aos piores enganos e acidentes. Derrapagens fatais e capotagens que desalinham a estrutura forever.
 
Por isso, meninas... se dirigir não beba!
Canja de galinha, prudência e BOA VIAGEM!!

sábado, 6 de outubro de 2012

Pacote completo

     Enfim, voltando a respirar e olhar o céu azul! SAÍ DA CLAUSURA... Foram meses completamente imersa na densa malha de um final de doutorado, mas tudo termina um dia e mais uma etapa se concluiu. Título na mão, ciclo finalizado!
A partir do dia 27 de setembro de 2012 me tornei doutora phD em Ciências... mas não foi só um título, foi uma bagagem que soltei na vida pessoal. Só me faz perceber que a vida é um entremeio com muitos emaranhados. Dizer não ou dizer sim para um fato isolado reflete em uma forte reação em cadeia... efeito dominó. Concluir um ciclo profissional levou a conclusão de mil coisinhas ou coisONAs  que estavam penduradas no cabide... ciclos embutidos e interligados como uma corrente! A gente não escolhe, simplesmente ACONTECE! Como abrir uma janela: não escolhemos o que queremos enxergar ou não, simplesmente está lá. Hoje sou doutora e uma grande questionadora de oportunidades, mas veja bem... antes eu era daquelas que colocava a mão no queixo e perguntava "SERÁ?", hoje o enfoque e a metodologia mudaram e isso tem feito toda a diferença, hoje prefiro perguntar "POR QUE NÃO?".
NADA vem com garantia nessa vida e tenho segurança em afirmar que NADICA de NADA vem com garantia... nem aquela TV LCD chiquéeerrima tem, pois se acontecer pane e você não garantir que não fez nada de errado com ela, a fábrica retira sua garantia! IMAGINA em fatos da nossa vidinha!
Absolutamente tudo que eu achava ser garantido já se foram pelo ralo: conceitos, preconceitos, crenças, sonhos, desejos... Mas tô na boa! Mordo a língua e admito. Só tenho que perder o cacuete de dizer "Eu jamais faria ou iria ...", pois é justamente ali que quebro a cara na próxima esquina.
Só sei que tudo acaba bem, do jeito que tem que ser... só deixar a vida sorrir pra você e estar atenta aos "sinais" ... não no sentido holístico, mas em relação a prestar atenção no seu coração.
    Nos últimos meses levei dois tombões fenomenais (não é metáfora, foram reais) que me custaram um joelho ralado daqueles de pirralha que cai no areião, quando estava quase cicatrizando caí no mesmo joelho que imediatamente levantou outro ´tampão´... aaarrrghhh! Dói muito e não pude evitar o tombo, mas foi O SINAL! Sinal que posso caminhar e caminhar traz o risco de cair, mas nem por isso vou deixar de caminhar, certo?    
     Ah, sim... caí por que estava num saltinho ´básico´ de 10cm, não sei se levaria o mesmo tombo se estivesse de sapatilhas, mas eu gosto dos meus saltões e não abro mão deles. O joelho está cicatrizado e eu sigo caminhando, usando salto alto.
     A vida oferece riscos, desafios e novos percursos, SEM NENHUMA GARANTIA DE SUCESSO. Nem as surpresas mais sólidas irão te garantir prosperidade eterna... a gente é que põe essas caraminholas matemáticas na cabeça. Então, baby... BE HAPPY, pergunte-se mais "por que não?",  e quando vier aquele fantasminha te perguntando "mas e se você se machucar?" responda firmemente "eu sei que vai cicatrizar!!"... apele para os santos, reza braba, costura na boca do sapo... mas não deixe de lutar, de arriscar.
     A propósito, é um post autobiográfico SIM! Este é um momento de muita alegria, incógnitas e felicidade. Estou feliz, mas ansiosa, feliz, mas sem garantias, feliz, mas metendo a cara a tapa, feliz, mas rezando para não ´ralar o joelho´, feliz e VIVA... vivinha da silva! Percorrendo novos caminhos em novos mapas, sem saber onde vai parar, mas sem a menor vontade de retroceder!!  ;)

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Limpeza do Copo

Enfim, o primeiro post de 2012! O ano não virou, foi virando desde meados do ano passado e talvez continue virando nos próximos meses.
Desejei menos e andei agradecendo mais.
Agradeci pelas últimas constatações, pelos véus que sairam da frente dos meus olhos. Tudo trouxe novas cores e novos ares. Isso já é motivo de bom tamanho para o agradecimento.
Quando os véus caem, a vida recebe uma nova "demão" de tinta. 
     Surpeendentemente, a caída de véus mostra tudo, até o que você achava que estava em ordem. O pacote é completo!
     Quando os véus caem, é possível olhar todos os ângulos e sentidos: dentro, fora, atrás, lados, frente. No início assusta, depois pensamos "mas como...?", a seguir é hora de estabelecer a escolha da nova cor.
     Decidi que com a queda dos véus, a cor do momento é a cor LIMPA! Não será rosa, não será azul, nem branco ou preto... serão todas as cores desde que sejam LIMPAS!
    Tal qual um copo ou balde sujo. Enquanto não  lava, nem adianta colocar nada ali por que "pega o encardido" do recipiente sujo.
    Lavei meu copo e meu balde para não correr o risco de encardir ou manchar o que possa vir a receber na sequência. Lavar o recipiente é a cura das ilusões e desilusões.
Imagina suas ilusões como um copo manchado de rosa... rosa simboliza você fazendo de conta numa situação exigindo uma decisão e você lá... cheia de ´panos quentes´ para disfraçar a realidade nua e crua. Enquanto não lavar o copo, tudo que vier a seguir estará manchadinho de rosa... pipocado com pinceladas de ´panos quentes e empurradas com barriga'. Lavei meu copo para que a próxima cor seja REAL e sem manchas do passado.
     Imagina o contrário... Uma fase negra e barrenta na sua vida. Se não lavar o copo, o ROSA, o AZUL, o LILÁS ou BRANCO irão ficar impregandos de NEGROS ou  sujos BARRENTOS... deixa de ter a beleza e a luz da cor original.
    Estou calmíssima lavando o meu copo para receber todas as cores necessárias. Designada a recebe-las e se for PRETO, que seja o PRETO verdadeiro... não adianta pintar bolinhas rosas... lavarei o copo para receber um radiante AMARELO ou o estimulante VERMELHO.
     Sentimentos reais com toda clareza e sinceridade que nós merecemos só serão identificados se meu copo estiver como cristal transparente e limpo.
     Tenho me sntido especialmente feliz pelo simples fato de ter me dedicado a escovar e cuidar do meu copo. Cabe a cada um encontrar a forma de limpar seu próprio copo... e por favor, não designe esta limpeza a NINGUÉM: cada um é responsável pelo seu próprio copo. Uma organizada no corpo, mente e um banho de mar ou cachoeira... descubra a sua metodologia.
     Até os meus momentos mais difíceis ficam mais fáceis de serem superados por que não tem sujeira acumulada, percebe!!??
Assim eu sou, assim funciona meu copo e meu coRpo.