
Me lembrei da cena do dia em que a Sofia nasceu: eu lá estava ... sentada no consultório da obstetra, apavorada pela notícia do início de um processo de parto pré-maturo. Em algumas horas eu seria mãe... 1 mês antes do esperado. Neste momento, Dra. Mariane (ginecologista e obstetra) que me conhece e me acompanha desde os 13 ou 14 anos olha para mim e sabiamente me diz "está com medo de que? acha que não está pronta para ser mãe?". Neste momento ela segura minha mão, me alcança um lenço (sim, por que para variar eu chorava feito criança) e diz "Não se preocupe, pois o parto sendo hoje ou daqui 1 mês não te deixará pronta para ser mãe. Nós nunca estamos prontas, mas te garanto que vai valer a pena!!" Naquele momento continuei desesperada, mas de certa forma tirou uma tonelada das minhas costas e hoje sei que foi o dia que mudou a minha vida para sempre!
Parto de emergência, mãe de primeira viagem, muito sem jeito e bem desastrada. Muita cólica, muito choro (meu e dela), dor para amamentar (por que dóóóói... e muuuuiito! acreditem!!!), e o puerpério (melhor nem lembrar!!!)... lá se foi a fase. O pai dela foi essencial nesta etapa... um tempo depois tive que aprender a traçar a caminhada por conta própria. Muitos obstáculos cruzaram meu caminho... a vida como ela é! Hoje me vi "lambendo" a cria, admirando-a com um amor que jamais poderia imaginar sentir. Frase clichê que merece destaque pois é a mais pura verdade:
"NÃO HÁ COMO SABER O REAL SIGNIFICADO DA PALAVRA AMOR ANTES DE UM FILHO."
Estes dias de férias puxaram o gatilho de uma reflexão: Ser mãe é caminho sem volta. Não existe ex-mãe. Assim é o AMOR: conexão nos 365 dias do ano em alta velocidade e resolução, todo o ano, para sempre. Ouvi diariamente o quanto eu deveria aproveitar os dias de "folga"... tolinhos!! Mãe exerce a função integralmente, não há botão on/off. Aliás, só tem o botão ON!
Doses diárias de sacrifícios e bençãos. Não há mais como traçar uma rotina de mulher 100% independente, mesmo em pseudo-férias, meu coração está ligado a ela. E será assim mesmo quando "meu bebê" estiver com 50 anos (que minha mãe não leia isto!!! ;-p).
Mas hoje ela está aqui dormindo ao meu lado e eu estou numa paz do tamanho do mundo. E entendo perfeitamente enquanto antes eu gargalhava quando me falavam que um dia eu sentiria falta do tempo que ela se encaixava no meu colo, achava que só poderiam estar tirando sarro da minha cara. Eu não sofreria tanto assim com a saudade desta etapa de tanta dependência, fraldas, noites em claro, etc. Não era gozação, era a realidade nua e crua!!!
Quanto mais ela ultrapassa os limites do meu colo, mais eu gostaria de encurta-la para caber nos meus braços novamente e poder protege-la sempre.
É o milagre do amor que faz brotar até mesmo entre pedras... Ele tudo pode.
AAH! o amor! Eu não estava pronta, mas siiim, vale a pena. SEMPRE valerá quando o denominador é o AMOR.
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