Coisas que aprendi.

Há poucos dias fiz 36 anos. Confesso que não sou daquelas que encara a chegada da idade com tanto orgulho e tranquilidade, não fico desesperada... mas longe de ficar orgulhosa (very very far from this!!!). Procuro ver o lado positivo: muitos falam que aos 40 entramos na idade da loba e brinco muito com a metáfora. O que será que isto realmente significa? Pêlos crescendo em lugares onde não deveriam estar? .... ai que medo! Em relação a isto eu me cuido, nem tão preocupante assim!!
Pois então... deve haver o lado B, B de BOM! Percebo que com a idade as "coisas"estão mais óbvias para mim. Parece que finalmente a ficha começou a cair e as vezes me pergunto "Por que nunca pensei ou nunca entendi isto e agora é tão claro!!!" Ora, elementar... por que a idade da loba permitiu que as orelhas em pé ouvissem melhor e a visão aguçada enxergasse com precisão o que antes estava muito nebuloso.
Aaah! e a frieza da loba? ... é o melhor de tudo. Tão mais fácil não me envolver com problemas alheios, pode até ser da minha "matilha" mas cada um tem seu aprendizado e não vou fazer o "tema de casa" do colega!
Tem o instinto... confesso que anda cada vez mais aguçado. Explorar e analisar a "presa"... Observar o melhor momento de agir num tiro certeiro.
Quando o ponto realmente interessa, quando a loba precisa mostrar suas garras... aí sim... mostra-se toda sua força e ferocidade. Não brinque com lobas, não mexa em sua matilha pois elas sabem o que querem e não brincam em jogo!!
Aprendi que aos poucos tenho adotado estas características e aos poucos vou abandonando o comportamento típico de algum "animal manhoso e as vezes mimado"... aliás... eu como veterinária não conheço nenhum animal naturalmente assim, alguém sugere? Acho que só o bicho gente!!
Jogando lixo no lixo, guardando o passado numa caixinha decorada para que fique lá... em local que pode ser eventualmente contemplada por suas experiências guardadas no seu devido lugar, pois estas foram resposnsáveis pela minha construção, não vou ignora-las: nem melhor nem pior, simplesmente EXPERIÊNCIA VIVIDA. Não pode e não deve ser esquecida, mas que não deixe de ser uma caixa decorativa na minha vida: funcional, agradável e essencial na medida. Não entendeu a analogia da caixinha? Vou tentar outra: uma adega de vinhos, então... Nobre local em que cada vinho é uma experiência... não mexa no "vinho" novo, imaturo, imediato... ainda não está no "ponto", vai amargar na boca. Deixa lá repousando... espere, tolere a permanência em local seguro e adequado, espere o momento certo para degustar o vinho (experiência passada) para que os sabores passeiem pela boca como uma viagem no tempo e aí ... aaaaaahhh.... agradeça muito... "que bom que esperei o momento certo... agora entendo a identidade e propósito deste vinho (experiência), contemple-o no momento da maturidade". Mas fique atento... não ignore seus vinhos por tempo indetermnado, corre o risco de passar do ponto, perder o sentido, os melhores sabores e odores irão fugir e não queremos nos lamentar pelo "tarde demais... esperei muito e perdi o ponto". TUDO TEM O TEMPO CERTO, há proposito para tudo... só uma questão de LADO B!!
E o que tudo isto tem a ver com a loba do início do post? AAAAAHHHHHH.... lobas tem o instinto e olfato mais aguçado entre as espécies animais... lobas não deixam passar o ponto!! Lobas não lamentam, o uivo não é lamento, mas um CHAMADO, lobas correm e perseguem o objetivo... LOBAS são incansáveis e obstinadas para alcançarem um alvo. Não deixam para amanhã, mas sim para a hora CERTA.
Entende ou quer que desenhe??